Usinas do triângulo mineiro ajustam produção para atender aumento da demanda por etanol anidro

Elevação da mistura na gasolina pressiona setor sucroenergético a acelerar capacidade de produção e logística

Com a nova regra do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que aumenta de 27% para 30% a proporção de etanol anidro na gasolina a partir de 1º de agosto, as usinas do Triângulo Mineiro se mobilizam para atender o crescimento esperado na demanda. A região, que concentra parte expressiva da produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais, será uma das principais responsáveis por abastecer o mercado com o volume adicional do biocombustível.

A estimativa do setor é que o novo percentual de mistura represente um acréscimo de até 1,5 bilhão de litros de etanol anidro por ano. Com infraestrutura industrial consolidada, clima favorável e presença de grandes grupos sucroenergéticos, o Triângulo Mineiro reúne as condições necessárias para ampliar a produção e garantir o fornecimento.

O cenário de crescimento foi reforçado durante o lançamento da safra 2025/26 em Uberaba, promovido pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), com a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Na ocasião, autoridades destacaram o papel estratégico do etanol para a economia, a transição energética e a redução de emissões.

Além dos benefícios ambientais — com expectativa de reduzir até 1,7 milhão de toneladas de CO₂ ao ano —, o aumento na mistura pode impactar positivamente o bolso do consumidor, com queda estimada de até R$ 0,20 no preço do litro da gasolina.

Mesmo diante de desafios como a retração de 9,4% na moagem de cana-de-açúcar em Minas até junho e a queda de 25% na produção de etanol anidro no estado, as usinas da região mantêm otimismo. Com investimentos em modernização, logística e capacidade de processamento, o setor acredita estar preparado para consolidar o Triângulo como protagonista nacional na produção de biocombustíveis.

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