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Vereadora de Santos irá denunciar ao MP uso de igreja para evento da educação

Polêmica envolve reunião sobre segurança escolar realizada na Igreja Universal do Reino de Deus

Créditos: reprodução

A vereadora santista Débora Camilo (Psol) anunciou que acionará o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) para investigar o uso da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) para um evento da Secretaria Municipal de Educação (Seduc) de Santos. A reunião, realizada em 26 de junho, reuniu educadores municipais e estaduais no auditório da igreja, em uma ação que tem gerado controvérsias devido à violação dos princípios de laicidade do Estado e à falta de clareza no convite.

A vereadora argumenta que o Brasil, desde 1889, é um Estado laico, e a Constituição assegura a separação entre Igreja e Estado, sendo inadequado que uma reunião oficial da Seduc ocorra em uma igreja. Além disso, Débora Camilo aponta que a realização do evento no templo da IURD poderia ter causado danos ao erário, à liberdade religiosa dos servidores e até aos direitos das crianças e adolescentes. A vereadora também questiona a secretária de Educação e vice-prefeita Audrey Kleys sobre o ocorrido.

A Seduc explicou que a reunião foi organizada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) e não pela própria pasta da Educação. Segundo a secretaria, o encontro visava discutir temas de segurança escolar, como o plano de contingência para ataques em escolas e medidas de proteção. A reunião contou com a participação de representantes da Polícia Militar e da Defesa Civil, sendo uma oportunidade para integração entre os setores de educação e segurança.

A situação foi descoberta e denunciada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos, cujos integrantes presentes no evento expressaram desconforto com a realização do encontro em um ambiente religioso. Algumas educadoras afirmaram que a reunião começou com uma oração conduzida por um pastor, o que gerou desconforto entre aqueles que não compartilham da mesma fé.

Os educadores também criticaram a falta de transparência, uma vez que o local do evento, que deveria ter sido informado previamente, foi definido apenas no dia 9 de junho, por meio de um e-mail enviado a todos os convocados. A convocação original, publicada no Diário Oficial de 30 de maio, mencionava que o local seria informado posteriormente, sem especificar que se tratava de um templo religioso.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos também levantou a questão sobre a possível ligação da Igreja Universal com o partido Republicanos, o mesmo do prefeito Rogério Santos e do governador Tarcísio de Freitas, o que, para o Sindicato, poderia levantar suspeitas de favorecimento político.

Não é a primeira vez que uma situação semelhante ocorre. Em 2022, um policial militar entrou com um processo contra a corporação após ser obrigado a participar de reuniões da PM em uma Igreja Universal, alegando que isso violava sua liberdade religiosa. O caso gerou repercussão por evidenciar a imposição de participação em atividades religiosas dentro de um contexto público.

A Secretaria de Educação de Santos, por sua vez, reafirmou que a escolha do local foi baseada no número de participantes do evento e não teve qualquer relação com práticas religiosas. A Seduc também destacou que não recebeu reclamações sobre o evento até a data das palestras. No entanto, a Secretaria reconheceu que a localização do encontro foi definida apenas em função da capacidade de acomodação do público.

A polêmica segue, com a vereadora Débora Camilo e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos pedindo esclarecimentos e ações sobre o uso de um templo religioso para fins administrativos. A Secretaria de Segurança Pública e a Igreja Universal do Reino de Deus não se manifestaram sobre o caso até o momento.

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