ONU retira inspetores nucleares do Irã em meio a impasse sobre segurança das instalações

Parlamento iraniano aprovou lei que suspende cooperação com a AIEA até que risco de ataques seja mitigado

Reprodução/IAEA

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU, retirou seus inspetores do Irã após o parlamento local promulgar uma lei que suspende todas as inspeções até que a segurança das instalações nucleares seja assegurada. A decisão ocorre num contexto de crescente tensão, marcada por recentes ataques militares israelenses e americanos contra centros de enriquecimento iranianos.

Segundo a AIEA, os inspetores, que permaneceram em Teerã durante o conflito, saíram “em segurança” rumo a Viena, e a agência afirma não haver data prevista para retorno. Autoridades diplomáticas informam que o número de especialistas no país foi reduzido a um “punhado” desde junho, e há preocupação com sua integridade, devido ao tom crítico adotado por representantes iranianos.

A lei recém-aprovada exige aprovação prévia do Conselho Supremo de Segurança Nacional para qualquer futura inspeção da AIEA, reforçando a percepção de que o impasse poderá se prolongar até que Teerã se sinta seguro contra ameaças externas. O chefe da AIEA, Rafael Grossi, reiterou que o relatório técnico sobre possíveis violações permanece em vigor, mas sustentou que a retirada voluntária dos inspetores não configura endosso tácito às ações militares.

Com a saída dos inspetores, e sem previsão para retorno, a confiança no acompanhamento do programa nuclear iraniano sofre um revés significativo, aumentando os receios de que o país avance no enriquecimento de urânio sem supervisão independente. A AIEA alertou que nenhum Estado que abandone esse processo logrou manter status pacífico em longo prazo.

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