Países do sul emitem alertas extremos e enfrentam incêndios — especialistas dizem que calor excessivo já é o “novo normal”

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A Europa enfrenta uma das ondas de calor mais severas já registradas, com termômetros marcando marcas históricas para junho. Na Espanha, a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) confirmou picos de até 46 °C em localidades como Granada e El Granado, quebrando recordes que vigiam desde 1965. Em Portugal, o distrito de Mora registrou impressionantes 46,6 °C, o valor mais alto já medido para junho no país.
Com a presença de uma cúpula de calor — massa de alta pressão estática que intensifica temperaturas e impede a formação de nuvens — o calor se estende por várias nações, incluindo Itália, França, Alemanha e Reino Unido. Na França, oito em cada dez departamentos estão sob alerta laranja, com algumas regiões contabilizando incêndios florestais em áreas como Aude, e evacuações sendo realizadas. Em Portugal, sete distritos estão em alerta vermelho, reforçando o risco à saúde.
A onda de calor elevou o risco de incêndios, com milhares de hectares em chamas na Turquia e na França, além de preocupações sobre a escassez de água em rios como o Reno . Especialistas da OMS-Europa, autoridades de saúde e a ONU alertam que as taxas de insolação, desidratação e problemas cardiovasculares têm subido de forma alarmante, sobretudo entre idosos, crianças e trabalhadores expostos ao sol.
Cientistas climáticos afirmam que estes episódios extremos estão se tornando frequentes por conta das mudanças climáticas, e que é necessário considerar medidas de adaptação urgentes, como reforçar sistemas de saúde, ajustar infraestruturas urbanas e reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa . Já se trata de um novo padrão, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, que chamou a situação de “novo normal”.