Durante acareação no STF, Mauro Cid reafirma versão sobre repasse de valores; defesa de Braga Netto desmente e chama depoimento de mentiroso
Reprodução/STF/Palácio do Planalto
Em acareação realizada na última terça-feira (24) no Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid reafirmou sua versão de que recebeu dinheiro em espécie do general Walter Braga Netto, entregue em uma caixa de vinho lacrada. Cid afirmou que calculou o valor aproximado pelo peso da sacola, sem abrir o recipiente. Ele relatou que o montante foi entregue no Palácio do Alvorada, após uma reunião em novembro de 2022, com a presença de outros militares, onde discutiram estratégias para contestar o resultado das eleições presidenciais daquele ano. Segundo Cid, o dinheiro foi destinado a financiar ações relacionadas ao plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”.
Por outro lado, o general Braga Netto negou veementemente as alegações de Cid. Durante a acareação, ele afirmou: “Jamais entreguei qualquer quantia em dinheiro ao tenente-coronel”. A defesa de Braga Netto também contestou a versão apresentada por Cid, chamando-o de “mentiroso” e alegando que ele se contradisse em relação ao local da entrega do dinheiro, mencionando diferentes locais, como duas garagens e uma sala no Palácio do Alvorada. Além disso, a defesa questionou a plausibilidade de Cid saber do conteúdo da caixa lacrada, caso não a tenha aberto.
O ministro Alexandre de Moraes, responsável pela condução da acareação, não permitiu gravações ou transmissões do ato, mas as atas foram posteriormente divulgadas. O procedimento teve como objetivo esclarecer as divergências entre os depoimentos de Cid e Braga Netto, ambos envolvidos na investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As versões contraditórias apresentadas pelos dois réus permanecem sem consenso, e a apuração dos fatos continua em andamento.
