Especialistas analisaram a autoria dos crimes, que seguem em investigação

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O programa ISFM NEWS desta sexta-feira (4) abordou os ataques a ônibus em todo o estado de São Paulo. A Polícia Militar iniciou a investigação após 35 veículos serem depredados na capital paulista em um único dia. Com bloqueios no trânsito, a PM espera identificar possíveis vândalos em áreas de maior risco para ataques.
Para o advogado Ronaldo Serapicos, os atos não ocorrem de forma espontânea. Ele afirmou que “existe um controle político tão forte em cima disso, que é difícil acreditar que não haja interesses por trás”. Segundo ele, essas ações seriam organizadas por grupos que usam a atividade pública em troca de retorno financeiro.
Serapicos lembrou que o domínio de facções criminosas sobre o transporte público vem de longa data, citando o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel como um marco.
“Eles não brincam em serviço”, comentou, ao destacar que há uma disputa de poder envolvendo o controle das linhas e que a polícia está atrasada para esclarecer se os ataques têm relação com o crime organizado ou uma briga entre facções.
O empresário João Villela compartilhou percepção semelhante e destacou a relação econômica por trás dos crimes. Para ele, “não há dúvida de que é o crime organizado” envolvido, sobretudo pelo volume de ônibus atacados. Villela atribui a continuidade desses casos à falta de punição eficaz no país.
Segundo ele, “ninguém mais vai preso de verdade”, e para uma condenação efetiva, é preciso que o crime seja muito grave, já que os processos costumam ser resolvidos por acordos e transações penais. Villela ainda comparou o crime organizado brasileiro à máfia, pela estrutura e operação semelhante.
Apresentado pelo jornalista Paulo Schiff, o ISFM News é transmitido pela rádio ISFM 100,7, de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30. O programa também pode ser acompanhado pelo canal ISFM no YouTube.
A notícia
Desde o início de junho, 235 ônibus foram vandalizados na capital paulista, número que chega a 400 com casos registrados na Grande São Paulo e no litoral. Os ataques, que incluem pedras e destruição de vidros, ocorrem em diferentes horários e feriram ao menos uma passageira.
A Polícia Civil investiga os atos com apoio do Departamento de Crimes Cibernéticos. Suspeita-se de envolvimento de desafios em redes sociais ou ações coordenadas ainda sem explicação clara. A hipótese de retaliação de empresas de transporte foi descartada.
A Guarda Civil de Osasco intensificou a segurança nos corredores de ônibus, enquanto a Prefeitura de São Paulo acionou PM, GCM, Gaeco e Ministério Público. O governador Tarcísio de Freitas também foi envolvido nas investigações e ações de resposta.
O prefeito Ricardo Nunes classificou os ataques como coordenados e feitos em locais sem câmeras, indicando planejamento e possível relação com apostas. Especialistas apontam falhas de inteligência e falta de ação preventiva como fatores que agravam a situação.
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