Até 500 mil mulheres entre 18 e 49 anos devem receber o dispositivo subdérmico de longa duração
Reprodução/Agência Brasil
O Ministério da Saúde anunciou que, a partir do segundo semestre de 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer gratuitamente o implante contraceptivo Implanon — método subdérmico que pode permanecer no corpo por até três anos e custa cerca de R$ 4 mil no setor privado. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou a expansão do acesso do Implanon para mulheres de 18 a 49 anos, após liberar consulta pública sobre a efetividade do método.
O ministério informou que, até 2026, serão distribuídos 1,8 milhão de dispositivos e que pelo menos 500 mil mulheres terão acesso ao contraceptivo ainda neste ano. A portaria oficial será publicada nos próximos dias, e a rede pública tem até 180 dias para se preparar, incluindo capacitação de médicos e enfermeiros para inserir e remover o implante.
O Implanon consiste em uma pequena haste flexível inserida no braço, liberando continuamente o hormônio etonogestrel que inibe a ovulação e altera o muco cervical para evitar a chegada de espermatozoides ao útero, com efetividade superior a 99% ao longo de três anos. Além da contracepção eficaz, o dispositivo contribui para reduzir índices de gravidez não planejada e mortalidade materna, metas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Especialistas comemoram a novidade por se tratar de um método de longa duração que não depende da adesão diária, como pílulas ou injeções. A presidente da Febrasgo ressaltou que o Implanon é “muito mais eficaz” e mantém boa adaptação entre as pacientes.
Para manter acesso seguro, os implantes serão inseridos e retirados apenas por profissionais habilitados. Caso a mulher deseje engravidar, a fertilidade se restaura rapidamente após a remoção, o que reitera a capacidade de planejamento familiar com autonomia.
