Lentidão no processo gera críticas; Thiago Arruda responde por homicídio doloso após atropelar e matar cantor Adalto Mello

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A audiência de instrução, debates e julgamento do bancário Thiago Arruda Campos Rosa, acusado de atropelar e matar o cantor de pagode Adalto Mello, em São Vicente (SP), só terá continuidade em abril de 2026. O prazo estendido gerou insatisfação entre representantes das partes envolvidas, que consideram a demora prejudicial ao andamento do caso.
O acidente ocorreu em 29 de dezembro do ano passado, quando Adalto pilotava uma motocicleta pela Avenida Tupiniquins, no bairro Japuí, e foi atingido pelo veículo dirigido por Thiago Arruda, que estava embriagado. O teste do bafômetro apontou 0,82 mg/l de álcool no organismo do acusado, valor mais de 20 vezes acima do permitido por lei.
Thiago Arruda responde por homicídio doloso com dolo eventual, quando o autor assume o risco de causar a morte. Após o atropelamento, ele chegou a ser preso preventivamente, mas foi solto em maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que substituiu a prisão por medidas cautelares, considerando que o acusado não possui antecedentes criminais e comprovou residência fixa.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que a nova data da audiência foi definida de acordo com a pauta destinada a réus soltos, sem indícios de maior demora no caso específico. Se o réu estivesse preso, o julgamento teria prioridade.
Na próxima audiência, prevista para 28 de abril de 2026, estão programados os depoimentos das testemunhas restantes e do próprio réu. Após as oitivas, o juiz poderá abrir prazos para as sustentações finais da defesa e do Ministério Público, além de decidir se o caso será levado a júri popular.
O laudo do Instituto de Criminalística apontou que Thiago dirigia em velocidade incompatível com a permitida na via, cujo limite é de 50 km/h, embora não tenha sido possível determinar a velocidade exata no momento do acidente.
O cantor Adalto Mello, de 32 anos, era compositor e formado em Educação Física. Ele morava com a mãe em Santos e deixou um filho de 10 anos. Desde a infância, Adalto se dedicava à música, tendo aprendido a tocar cavaquinho ainda criança e participado de grupos de pagode em eventos e comércios da região.
Thiago Arruda ainda poderá responder criminalmente pela embriaguez ao volante. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, resultados acima de 0,34 mg/l no bafômetro caracterizam crime, com penas que variam de seis meses a três anos de prisão, além de multa e suspensão ou cassação da habilitação.
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